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Design Thinking: uma maneira diferente de alcançar a inovação

Hoje em dia não existe um tutorial de como ser inovador, e muito menos um passo a passo padrão – receita de bolo – que todas as companhias podem usar para otimizar um produto ou serviço. Para quem procura inovar, é preciso “sair da caixinha” e optar por métodos que realmente façam a diferença para o consumidor final.

Seja para criação de novos produtos ou solução de problemas – de maneira inovadora – é aqui que o Design Thinking entra. O método busca, de forma colaborativa e multidisciplinar, a resolução – em cinco etapas – do problema com foco nos interessados pelo produto (stakeholders) e valoriza a troca de experiência entre a equipe envolvida.

Conversamos com Patrícia Romancini, professora de Inteligência de Mercado na Live University e Francisco Sanches, Advanced Creative Consultant da Criteo, que compartilharam dúvidas e erros comuns no momento de colocá-lo em prática. Se você, empreendedor ou colaborador de alguma companhia, anda tendo dificuldades de trabalhar com o Design Thinking, leia a entrevista e sane de uma vez suas dúvidas!

1. No momento de testar as ideias - na prática - advindas do Design Thinking, há outro processo além do MVP? Ele é o mais usado?

Patrícia Romancini (professora de IM na Live University) – O conceito de produto mínimo viável é muito usado atualmente como processo de validação das ideias do produto, ajudando a antecipar qual é a versão mais simples e efetiva de um produto. A visão do negócio ou do produto é lançada ao mercado com o menor investimento possível, sem comprometer uma primeira versão. Outras ferramentas de prototipagem são usadas, como maquetes, modelagem ou mesmo técnicas de storyboard.

Francisco Sanches – Acredito que antes do MVP existe outro step, que chamamos de protótipo. Esse protótipo pode ser inicialmente de baixa fidelidade, com o propósito de já identificar possíveis problemas logo de cara na ideia a ser testada. Num segundo momento, pode haver um protótipo de alta fidelidade, em que novas melhorias podem ser identificadas até que se chegue ao MVP, que é o Mínimo Produto Viável.

2. Qual é o maior erro que as equipes cometem durante o desenvolvimento do Design Thinking?

Patrícia Romancini – Existem vários mitos sobre as técnicas de Design Thinking, mas eu acredito que o erro mais comum e fatal é tentar desenvolvê-lo em empresas que não estão de fato preparadas para a inovação. A inovação exige suportar o fracasso como parte do processo. Esta cultura tolerante ao erro e disposta a assumir riscos não está presente nas estruturas mais tradicionais. O Design Thinking exige também um alto nível de empatia principalmente para com o cliente (interno ou externo). Nem todas as organizações estão dispostas a realmente ouvir o cliente e levar isto em consideração.

Francisco Sanches – Pessoas que ainda não estão acostumadas ao processo de Design Thinking podem deixar algumas boas oportunidades passarem por pressa, ansiedade ou falta de aprimoramento. Quanto mais praticarem e estudarem, mais natural vai parecer o processo. A falta de pesquisa é o primeiro erro comum. Quanto menos pesquisa é feita, menos se aprofunda no real entendimento daquele problema complexo. Processos de Design Thinking normalmente pedem um bom desk research para real entendimento do problema, pesquisas quantitativas e algumas rodadas de pesquisa qualitativa. A meu ver, a pesquisa é uma das, se não a mais, partes mais importantes do DT.

Em segundo, é o entendimento dos stakeholders. Se eles não são identificados e envolvidos no processo, algumas pontas ficam soltas no meio do caminho. Por último, é a perda de foco na(s) persona(s). O DT é feito com o processo todo centrado no ser humano (persona). Esquecer o propósito de solucionar as “dores” daquela persona é desperdiçar esforço em algo que pode não funcionar.

Por fim, como dica, é importante identificar pontos de melhoria ao longo do processo do duplo diamante e voltar neles para aprofundamento, se necessário! Não pode haver preguiça! (risos)

3. Qual é o mindset que as empresas devem ter ao aplicar a prática?

Patrícia Romancini – As empresas devem entender que inovação significa disrupção e nem todos os profissionais ou empresas estão preparados para inovar. Precisam entender que inovação implica em riscos, ainda que sejam riscos antecipadamente medidos. E precisam entender que a empatia deve ser um exercício diário e contínuo, buscando cada vez mais processos colaborativos.

Francisco Sanches – Gosto muito de pensar no Design Thinking pelos pilares que me foram ensinados: empatia, colaboração e experimentação. Respeitando a essência desses pilares e seguir os passos do duplo diamante de entendimento, pesquisa, ponto de vista, ideação, prototipagem, teste e iteração são alguns caminhos para desenvolver uma prática de sucesso!

4. Há um número médio de participantes no processo ou é definido pelo líder do projeto?

Patrícia Romancini – Antes de tudo, deve ser feito uma jornada do cliente e definir claramente as personas envolvidas. Todas as partes envolvidas na jornada devem participar. Nem mais, nem menos do que isso. Muita gente atrapalha e não ouvir algum stakeholder que é parte do processo ou alguma pessoa diretamente envolvida na jornada pode impactar o sucesso do processo. Não devemos nos esquecer de que se trata de um processo colaborativo.

Francisco Sanches – Tudo pode ser adaptado! A diversidade de conhecimento e experiências dos participantes enriquece o caminho que o projeto tende a seguir. Quanto mais diverso o grupo, menos chances de cairmos em algum viés desnecessário. O líder tem um papel principalmente de facilitador para entender quem e quantas pessoas serão necessárias para participar daquele determinado projeto.

5. Qual é o diferencial do Design Thinking quando comparado com outros processos e metodologias?

Patrícia Romancini – O Design Thinking é uma abordagem para solução criativa para problemas, e isto está presente na concepção atual de negócio e os desafios atuais, onde cada vez mais as estruturas tradicionais e processos envelhecidos não atendem às novas demandas de mercado.

Francisco Sanches – Recentemente terminei um MBA de Gestão de Projetos com práticas tanto tradicionais do PMI (Project Management Institute) quanto de metodologias ágeis como o Scrum, por exemplo. O mindset de Design Thinking, na minha visão, chega para complementar metodologias de gerenciamento de projetos. Muitas das práticas e ferramentas aplicadas em Design Thinking também podem ser vistas em metodologias ágeis. Vejo o DT agregando essas metodologias trazendo o foco para o usuário no centro do projeto (Customer Experience), buscando soluções voltadas para os problemas que eles mesmos apresentaram em algum momento da pesquisa. Isso é inovação!

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