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Trabalho Remoto - Como não ampliar a desigualdade no mundo corporativo

A pandemia trouxe muitas mudanças para o mundo corporativo. Uma das mais significativas foi a necessidade de adequação ao trabalho remoto. Muitas empresas conseguiram manter seus colaboradores, usando a possibilidade de trabalhar em casa. O que a princípio pode parecer uma solução perfeita para manter o mercado de trabalho, esconde na verdade uma grande preocupação dos especialistas com a desigualdade. 

Dados do IBGE apontam que 4,9 milhões de pessoas estavam em home office no ano passado na região Sudeste do Brasil, enquanto na região Norte eram apenas 252 mil. Sendo 73% com ensino superior completo e 1% com ensino fundamental incompleto. Os dados mostram uma clara diferença entre o nível de escolaridade e região entre os trabalhadores que puderam continuar suas atividades profissionais de casa e os que tiveram que continuar exercendo suas atividades de forma presencial. 

O início da desigualdade

 

Dentro do grupo de pessoas que trabalham de forma remota, Alexandre Carrasco, consultor da Repensando Negócio, destaca os que disseram ter aumentado a sua produtividade. “Normalmente são homens e que conseguem terceirizar as atividades domésticas. Quase sempre é a sua esposa. Tenho exemplo de um amigo que para conseguir trabalhar se tranca no quarto de hóspedes durante o expediente. A sua esposa também trabalha, e eles têm filhos gêmeos. Apesar dos dois serem pais, a responsabilidade do cuidado é dela”, afirma. 

Além de todas as dificuldades já atribuídas para as mulheres no mercado de trabalho, como a licença maternidade, o estigma de menos comprometimento e salários mais baixos, durante esse período foi acrescentado ainda, a responsabilidade da casa e dos filhos durante o expediente em home office.  

Fora isso, temos ainda o que Alexandre chama de “trabalhadores invisíveis”. Pessoas com profissões que tiveram que se reinventar completamente para atender de forma online, mas que não receberam a mais por isso. É o caso dos professores “Eu sou professor. transformar uma aula presencial e uma virtual virou uma saga. Levo cinco vezes o tempo de uma aula para adaptá-la ao virtual e esse é um trabalho invisível. O aluno não sabe, o pai não vê, a faculdade não percebeu. É um desafio imenso que teve que ser feito sem apoio, sem treinamento”, questiona Alexandre. 

Para melhorar essas condições, Carrasco propõe reflexão e mais empatia “Como líder, é preciso garantir que a sua equipe tenha condições de trabalho atendidas. Às vezes é necessário melhorar a internet, mudar a cadeira ou fazer a reunião em outro horário. Temos que ter mais empatia. Gostaria que a gente pudesse aprender com essa situação. E após tudo isso ter passado, que tenhamos aperfeiçoado nosso método de trabalho e não aumentado a desigualdade”, explica. 

Clique aqui para assistir a palestra na íntegra!

 

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