Geralmente, uma vacina passa por três fases de testes clínicos. No caso da Coronavac, o Instituto Butantan resolveu acrescentar uma quarta fase, para avaliar a efetividade tendo como análise os “conglomerados de população”.
Impactos da vacinação em uma cidade inteira
Ou seja, a vacina seria testada em uma cidade inteira, para gerar mais informações para entender o impacto coletivo da vacinação. O município escolhido foi o de Serrana. O local foi dividido em cinco áreas, que depois se dividiram em 25 subáreas, a partir da análise da dinâmica socioterritorial dos moradores e dos mecanismos relacionais que explicam a distribuição e o agrupamento da população.
Através de um sorteio, foi definida a ordem de vacinação, que aconteceu nas escolas. Diversos desafios, especialmente na área de tecnologia, precisaram ser enfrentados. O primeiro deles, foi desenvolver um sistema para a realização de um censo na cidade, para mapear os moradores. Depois, garantir que os voluntários fossem atendidos nas datas e escolas corretas. Além disso, foi necessário desenvolver dashboards que permitissem o acompanhamento do estudo em tempo real.
A plataforma desenvolvida foi chamada de Tainá. O projeto também contou com uma assistente virtual via Whatsapp. Além de informar o local e data da vacinação, ela estava apta para responder dúvidas como as reações pós vacina. 120 operadores foram treinados, e todos os equipamentos necessários foram oferecidos: desktops, notebooks, tablets, leitores de código de barras, etc.
De 17/02/2021 a 11/04/2021, 27.247 voluntários receberam a 2ª dose da vacina. O estudo mostrou que com 75% de vacinação a pandemia pode ser controlada. A imunização do município diminuiu em 80% o número de pessoas sintomáticas e fez despencar em 86% os casos de internação por Covid.
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