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Fatores essenciais para um Diretor de Supply, segundo os melhores diretores do Brasil

Não é novidade para ninguém que a atual situação do país vem fazendo com que as áreas tenham que se virar nos 30 para se adaptar dentro das empresas. As exigências e desafios são maiores, e o budget, cada vez menor. Em meio a esse mar de incertezas econômicas e políticas de escala nacional, fica ainda mais imprevisível o modo de ser assertivo na receita para crescer na carreira e atender às novas necessidades do negócio.

Em contrapartida, se olharmos o copo meio cheio, toda situação de crise é também uma janela de oportunidades para os mais atentos. Já diz o grande filósofo e historiador contemporâneo Leandro Karnal “a crise separa os profissionais dos amadores, os que reclamam dos que agem”.

Não diferente havia de ser com a área de Supply Chain, que tem despertado interesse em diversos profissionais, devido ao número de oportunidades existentes no mercado, mesmo em época de crise. O setor de Supply Chain vem experimentando mudanças rápidas e significativas ao longo dos últimos anos, direcionadas por fatores como a globalização, a terceirização, o aumento do nível de serviço para os clientes, pressão por custos e novos canais de atendimento, como o e-commerce.

Pensando no cenário atual, pedimos para os vencedores do Prêmio Inbrasc de 2017, diretores de Supply Chain de grandes empresas, elencarem os fatores essenciais para se tornar um Diretor nesta área de tantas oportunidades. Confira essas dicas preciosas!

 

 

Sérgio Andrade – Diretor de Operações e Supply Chain LATAM na Arysta

Vejo o papel do Diretor de Supply Chain cada vez mais como um integrador dos elos da cadeia de valor com as funções do negócio, visando a criação de valor para o cliente final. Para desenvolver esse papel, identifico as seguintes competências (conhecimento, habilidades, atitudes) como essenciais:

-> Visão e conhecimento do negócio (com ponto de vista de CEO), foco no cliente e entendimento do papel do Supply Chain como competência core do negócio: capacidade de compreender o impacto de ações de Supply no resultado financeiro do negócio (P&L, cash flow, capital de trabalho), na criação de novas oportunidades de negócio para a empresa (viabilização de Lucro Bruto adicional) e na criação de valor para os clientes, na gestão de capital (capex).

-> Visão estratégica para:
a) Desenvolver a Estratégia de SC alinhada com a Estratégia do Negócio;
b) Planejar e executar o alinhamento multifuncional das diversas áreas do SC -Planejamento, Compras, Produção, Logística -- entre si e com a Estratégia;
c) Garantir alinhamento do SC com as demais áreas do negócio (Marketing, Vendas, Finanças) e com os demais parceiros na cadeia de valor (distribuidores e fornecedores);
d) Desenvolver gestão proativa de riscos na cadeia de valor.

-> Visão e conhecimento generalistas, sistêmicos e multifuncionais das áreas de Supply Chain para garantir o alinhamento tático e operacional entre as mesmas, de forma a otimizar os resultados para a empresa como um todo versus para cada área de maneira sub otimizada. Muito dificilmente, um profissional com experiência só como Gerente de Fábrica ou só como Gerente de Logística viria a ser eficaz como um Diretor de Supply Chain responsável por planejamento, compras, produção, logística. Assim, é desejável conhecimento técnico e/ou experiência em mais de uma destas áreas funcionais.

-> Foco no resultado (“paixão” por resultado), disciplina na execução com foco em:
a) Entrega dos compromissos e metas do Supply Chain no curto prazo;
b) Melhoria contínua no curto/médio prazo;
c) Gestão de Mudança requerida pela implementação da estratégia no médio/longo prazo.

-> Competências comportamentais chave: adaptabilidade e flexibilidade para liderar correções de rota em face de mudanças no cenário de negócio; liderança, comunicação eficaz, negociação, iniciativa, senso de urgência, resiliência para lidar com pressão e situações de conflito.

-> Habilidade e genuíno interesse em desenvolver e motivar talentos, em formar equipes de alto desempenho, em construir pontes do Supply Chain com outras áreas do negócio e em criar relacionamentos eficazes com parceiros externos e clientes, visando os objetivos do negócio e a criação de valor para o cliente.

-> Habilidade analítica/ quantitativa, raciocínio lógico e de resolução de problemas, focada em decisão e ação (what/so what/ then what); visão de processo; gestão de projetos.

-> Integridade e padrões éticos elevados; dá o exemplo e inspira time, colegas e parceiros como um exemplo do que fala (walk the talk).

-> Auto desenvolvimento e desenvolvimento contínuo de sua equipe buscando maior conhecimento e experiência com economia digital: e-business, mídias sociais, automação, Industry 4.0 / Logistics 4.0, IoT (Internet of Things), big data/ blockchain / data analytics.

-> Entendimento de culturas em outros países, vivência em ambientes de negócio internacionais (experiência de estudo e/ou trabalho internacional), em Supply Chains globais, fluência em inglês (fator crítico para diretores em empresas multinacionais e/ou empresas nacionais com fornecedores e clientes em outros países).

 

 

Mario Chammas - Diretor de Logística na Netshoes

Os profissionais que atuam na área devem ter profundo conhecimento das características dos produtos movimentados em uma operação de Supply Chain, além de conhecer quem são seus fornecedores, quais as melhores práticas a serem utilizadas de acordo com a complexidade e necessidade de cada cliente e produto, além de gerenciar com muita maestria os processos dentro da operação. Algo que considero fundamental é a importância do fator humano e de ter um time alinhado e em busca do mesmo objetivo, reconhecendo as necessidades e níveis de serviços acordados com cada cliente.

Ainda, acredito que os melhores profissionais são aqueles que conseguem equilibrar vida pessoal e profissional, que saibam a importância da gestão de equipes e que tenham foco no propósito maior do negócio, sempre com atenção aos detalhes – aspecto importante da operação – sem se esquecer do controle de despesas e da excelência na prestação de serviços.

 

Alan Svaiter – Diretor de Supply Chain na Votorantim Cimentos

Acredito que um Diretor de Supply de Sucesso deva ser um profundo conhecedor dos principais processos que permeiam sua cadeia de suprimentos. Ter clareza, quais são as reais alavancas de valor de seu negócio. Deve garantir que a estratégia de sua Diretoria de Supply esteja alinhada e suportando a estratégia de sua companhia. O Sucesso de um Diretor de Supply Chain passa por ser o elo de integração entre as demais áreas da empresa (comercial, financeira e operacional), garantindo que a o melhor do todo prevaleça sobre as otimizações locais ou de cada área.

Adicionalmente, acredito também que o Diretor de Supply deve ter a flexibilidade e estar atento às mudanças de cenários, necessidades de clientes e benchmarks de mercado, de forma a garantir a constante otimização de sua cadeia de suprimentos.

 

 

João Mario Lourenço Filho - Diretor de Logística na CSN

Tenho como mantra 5 pilares que se somados constroem um executivo de sucesso em Supply. São eles: Desenvolvimento (Auto + Equipe) / Gestão Operacional / Gestão Tática / Gestão Estratégica / Cliente.

 

-> Estar atualizado com as principais e últimas práticas do mercado, ligado ao auto desenvolvimento;

-> Construir uma relação de confiança e próxima da operação, corrigindo e dando feedbacks construtivos, ligado a desenvolver equipes;

-> Desafiar seus colaboradores na busca pela excelência operacional, ligado desenvolver equipes;

-> Gestão baseada em KPI’s e “dados e fatos”, ligados à gestão operacional;

-> Ter obsessão pela melhoria continua e pela gestão de rotina, ligado a gestão tática;

-> Garantir o correto alinhamento entre Oferta-Produção e Demanda-Venda, ligado a gestão estratégica;

-> Garantir sempre o atendimento e a satisfação do cliente, ligado ao Cliente.

 

 

Ricardo Moares Galvão Porto - Diretor de Supply Chain e TI na Votorantim Metais

O Diretor de Supply Chain deve abraçar a constante evolução tecnológica e investir em soluções que gerem maior poder de gestão da malha logística dentro de uma visão completa (end-to-end), permitindo, portanto, uma atuação mais estratégica. Saber desenvolver a venda interna destas soluções e os respectivos investimentos necessários será crucial para o desenvolvimento de sua função.

A conexão com o mundo externo é essencial para reposicionar sua área, compreender o mercado e desenvolver melhores práticas.  A função passa a ter necessidade de constante contato externo, seja com as áreas de negócios, seja com o mercado. O Diretor de Supply Chain passa a ser agente de seu negócio na interação com outras empresas e deve ser um disseminador de conhecimento através da colaboração entre as diversas áreas.

O foco em pessoas é crescente e é de extrema importância a atração, retenção e desenvolvimento de talentos. Saber alocar as pessoas certas em posições críticas para geração de produtividade e inovação será chave em uma área cada vez mais enxuta e com maior atuação estratégica.

O profundo conhecimento de diversas disciplinas e de seu negócio é um grande diferencial frente a seus pares e como parceiro da organização. Isso facilita a implantação de soluções e promove a constante geração de valor. Quantificar o impacto/ função do Supply Chain na empresa e encontrar os momentos ideais para a venda de ideias sustentará o sucesso de sua equipe.

É necessário que o diretor conheça as principais tendências da função Supply Chain e esteja constantemente se atualizando. Essa função ainda está em amplo desenvolvimento e continuará assim na próxima década. A única garantia do protagonismo dessa função é a sua contínua geração de valor através de conhecimento e inovação.

 

O que acha de investir em sua carreira e começar a colocar essas dicas em prática?

 

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